domingo, 27 de setembro de 2015

Vazio

Te esvazio
Recrio pra poder me despedir
Senão não poderia
Sorriso que me atravessa
Já não mais vejo

Transformo
Consciente
Você em algo de repente
Já não mais presente

sábado, 26 de setembro de 2015

Desaguar

Não se incomode ou preocupe
Neste jogo, já me acostumei a perder
Mas não me impede de sofrer
Deitar querendo dormir por 6 meses
Desaparecer
Desaguar de corpo
E da alma

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Pra não se tornar pouco

Pra não se tornar pouco
Deixa...
Sem deixar se tornar espera
Senão desfaz o quão longe chegamos

Pra não desgastar
Não volte no mesmo lugar
Não tem esforço ou espera
Que mude o que já é conhecido

Das mágoas que se preocupou
Não existiriam sequer formas
Meu coração não nega a tristeza
Mas você me deu os melhores momentos

Se oras se torna pouco
Muda a perspectiva pra
Ver melhor o que construímos
Aprender a amar de novo

Não te quero longe
Pelo contrário, chegue mais perto
Meu coração te pede
A ti mantenho só carinho
E o agradecimento que merece

Aconteceu o que tinha que acontecer
Da forma surpreendente
Era isso,  uma paixão necessário
Me fez renascer

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mata

Não sei sentir
Pouco amor
Limite alcançado
Desencontro

Se deixar morrer sozinho
Sinto que morreria junto
Se me esforço pra matar
Esbarro, dói demais

Se preocupe um pouco mais
Esforço calculado
Superar a expectativa construída
Desejo despedaçado

Sou aprendiz
Inocente ou imprudente
Assim se diz

Teu concelho sincero
Correção prevenida
Deixe o quanto antes
A paixão sentida

Coração resistirá
Curado de outras feridas
Sobreviverá
Mesmo que sem

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sua

Eu não quero ser sua
Apesar de já estar entregue
Não se deve querer
O que nunca existiu

Fins de setembro

Dois meses
E nem te conhecia
A vida prega dessas
Viver tanto tempo sem imaginar a vida

Só tenho alegrias
Quando penso seu nome
Me permitiu amar
Sem limites ou medo
Me entreguei ao desejo

Era o que meu coração pedia
Alguns dias de alegria
Reconfiar no amor
No homem
Na vida

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Arrebata

Covardia
Diz meu nome
E eu muda
Ignoro
Mas continua presente

Grita
E eu muda
Não importa correr
Me persegue
Me arrebata

Acordo
Agonia profunda
Despertar de tudo
Ver o mundo
Como é
Vejo
Mas não grito

Melhor será
Amanhã

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Intenso

Cada dia
Te quero mais
Desejo que seja menos
Insisto
Me alegro no pouco que não penso
Mas ai
Sou pega te escrevendo

Consciente tento
Mas não sei se devo
Me entrego
Ao mesmo tempo me prendo
De novo, sigo escrevendo

Cada dia mais
É mais mesmo
Mas queria menos
Não sei se queria mesmo

Mas é melhor tentar
Já que não depende
Do desejo
Que poesia é essa?
Parça?
Esquece

Escrevi muito
Falei demais sem dever
Penso em dobro
Sinto tanto mais que você

E de tão intenso
Já não entendo

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A

Todo dia
Agonia
Rotina
Súbita
Disciplina
Chorar sem lágrima
Não alivia

Todo dia
Agonia
Rotina
Sem melodia
Sozinha
Perde-se
A rítmica

Todo dia
Agonia
Não esvazia
Vazio que contamina

Triste, mas normal

Fecho os olhos
Você
Fecho os olhos

Fecho os olhos
Ah!
Me toca
Me beija
Me arrepio
Olhos Abertos
Solidão
Normal
Sonho
Desilusão
Triste, mas
Normal

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Meu trabalho

Hipocrisia

Está na saúde
Mas não vê o trabalhador
Insisti na cura mágica
Ignorando sofrimento

Social,
Político e
Cultural

Não pode previnir
A saúde não é feita pra existir
Vende remédios e prescrições
É indústria farmacêutica
Viva a medicalização

Quer curar das "drogas"
Mas não cita legalização
Enquanto morrem ou são presos por tráfico
Escondem sua real intenção

Medicina capitalista
Segue instrução imperialista
Vende a esperança
Pra conter o conhecimento
Mais vale mil doentes
Do que um ser consciente

Vida e morte não difere
Vivem como mortos
No mundo que os esquece
Quem são?
Quem somos?
A maioria
Maior do que a minoria
Sabia?
Ainda venceremos
A ciência, a descrença,
O mundo
Da burguesia

domingo, 13 de setembro de 2015

Na medida


Queria não medir
Achar simetrias
Buscar idéias
Que não se concretizam

Poderia só recorrer
Ao presente
Como única duração
Constante e permanente

Queria não achar pouco
Nem sentir muito
Nem contrapor isso a aquilo
Desejo a paixão
Beijos a romance
Toques a esperança

A medida
É feita com o tempo
Acalma, respira, entende
O coração não encontra-se pronto

Não me venha

Não me venha com tua concretude
Que desfaz o sentimento pela manhã
Era amor, senti...
Não...
Me enganei de novo
Disseram que seria assim
Era amor, mas daqueles que apenas sai
Esvaziou
Pobre coração

Dentro de mim

Você ainda dentro de mim
Não sai
Me abraça
Deita sob minhas costas

Beijos, sua boca diz muito
Riso a toa, cheio de sentido
Do amor e da camaradagem
Desejo infinito

Dorme agora
Respira e deixa o coração bater
Assim te cura das tuas contradições
Fique bem e
Descansa,
pois novas vão aparecer

sábado, 12 de setembro de 2015

Sobre momentos

Estou acostumada
A não ter o que quero
Me adapto, aprendo
Viver o melhor momento

Me diz que é pouco
Mas sinto muito
Não percebe, mas é por inteiro
Única forma de se viver o momento

Me acalma
Me enlouquece
Ao
Mesmo
Tempo

Tempo
Espera
Ou vida concreta?
Agora,
Moça
Me diz sorrindo
Te beijo
Entendo
Este é o momento

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Setembro

Já não me reconheço
Sou grande parte desespero
O resto não vejo (não quero?)
Será que é só Setembro?
Ou o velho lamento
Não me lembro
A última vez
Que senti
Vazio assim

Arrependimento

Tem
Arrependimento
Que deveria
Matar
Sim

Senão
Resta
Apenas
Muito pouco
De Vergonha
De espera
De coragem

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Divida eterna

Minha vida
É uma luta política
Sobrevivi com pouca de vida
Que foi deixada pra garantir o capitalismo

Metade da vida roubada
Por uma ciência falsa
Que não se preocupa com nossa identidade
Desfarça no sofrimento uma desigual igualdade

Aos negros e negras
Lhes devem a alma
Séculos de patriarcado
Não nos pagam nunca
Aumentam apenas nosso ódio

As minhas irmãs e irmãos
Sem identidade e corpos saudáveis
O futuro é lindo, porque deixará no passado
O gosto amargo do transfeminicidio
Do infinito labirinto
Que esconde a mais linda flor
Que no caminho broxou
Por não ter padrão

Dívida permanente
A morte não é recompensa
Na guerra entre as classes
Seremos a linha de frente
É um campo de batalha
Todos os dias nosso ódio reacende
Contra o Estado e a polícia
Somos conscientes

sábado, 5 de setembro de 2015

Faltou ou restou?

Não sei se era o resto
Ou a ausência
Se estava metade cheio ou vazio
Não reconheci teu silêncio
Não quis perguntar

Existiu na indefinição
A certeza veio para não dizer
Mas no silêncio
Estava o não

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Setembro

P assada com
E ssa
R osa
L ouca e
U nica
T ocou, mas
A mou?
N ão

A razão

A razão está ao lado
Do seu silêncio
Nada mais a ser dito
Escolha muda sem destino

Ignorou como quem não se importa
Não fui capaz de te despertar nada
Usada e insatisfeita
Não se ama buscando recompensa
Sei, é essa sentença

Não há opção sequer
Impositivo pela falta de sentir
Entendo o que não diz
O que não sente
O que não fui

Agosto levou o que trouxe
Beijos longos que não duraram
Foi-se, pela rua
Fiquei parada
E a brasa
Queimava
Meu coração
Se despedaça

Anunciava
Enfim
A despedida pra nos rever em seguida
E fingir que não viu
Não existiu

Entre tragos

Te desejo tanto
Quanto esse cigarro
Mas ele está em minhas mãos
E eu nas suas

Vício de querer
Não é racional, incontrolável
Você nada diz e então espero
Não está ao alcance do meu esforço

Amar você
Só, Não me satisfaz
Com você, não me satisfaz
Já não sei o que me traz
Aqui

Pergunto com medo
De quem nunca pensou a respeito
Elaborou meu sofrimento
Confirma
No amor
Sobrevivi
Por outro
Entre tragos

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Agosto

Agosto
Te trouxe pra perto
Sorrisos e beijos longos
Ainda gosto

Intenso
Enlouqueci de tanto querer
Esqueci de me proteger
Me entreguei

Acabou o mês
Mas sinto você ainda
Um mês foi pouco
Foi agosto

Longo
Intenso
Seu beijo
Seus olhos
Desgosto de agosto
Queria ter sido mais
Mas fui
Fiz
O que pudi

Mas doi
Ver a vida como é
Não tem outro jeito pra nós
O concreto impera
Acabou
Pra você nem começou

Foi-se Agosto
Foram-se os momentos
Durou o durante
Durou o gosto
Restou desejo