terça-feira, 15 de março de 2016

Fim

Talvez eu já soubesse que não aguentaria
Por isso me fiz Virgínia
De passagem apenas, pela vida
Deixando um anseio jamais respondido

Talvez eu já tivesse nascido de partida
Pronta para não existir mais
Pouco trotskista, pois não amei a vida
Apesar dos pesares, não me foi querida

Minha decisão
Minha contradição
Minha e talvez tão só minha
Egoísmo que aprisiona e isola
Sobrevivi para não levar ninguém comigo
Mas no meio do caminho desisti
Não dá única coisa que queria
Não do sonho de mudar a vida
Mas acabei abrindo não, quem diria

Não levo culpa
Não fui cristã
Mas a dor de desistir e arrancar da carne
"e quem sofre é gente da nossa gente"

Não havia ajuda ou consolo
Hora passava e ora era novamente a vida
Real
Aspera
Já não valia a pena
Já não era sustentável
Já não sou
O que tentei até esta carta
Até esse suspiro autopiedoso
Já não sou
E me consolo com isso
Não existir, não sentir
Contrário do que lutei até hoje

quarta-feira, 9 de março de 2016

Você nunca

Eu te procurei
Todos os dias
Nos beijos
Nos sorriso
Nos olhos
Nas fotos
Nas minhas lembrança
Mas nunca t achei
Você,
Nunca.

terça-feira, 8 de março de 2016

Incoerência

Coração incoerente
Sente e depois se arrepende
Busca ser inconseqüente
Viver como se nunca fosse ficar doente

Lembra e depois não esquece
Repete o que já não existe
Deseja o impossível e o inimaginável
Só pra fazer dar certo o que não deu

Mas já não chora mais
Já não paralisa, nem determina
Só mantém a ferida
Aberta e bem curtida

quarta-feira, 2 de março de 2016

Despedida


Não apago ou me arrependo
Fui o quão longe, sem sair do lugar
Poderia ter ido
Vivi intensamente
E haja coragem pra se entregar assim
Agora suspiro com tranquilidade
Porque não há nada que tenha ficado sem poesia
Nada pode ser como antes
E é bom que não se repita mais
Aprendi a ser sozinha
O costume de pensar em você
Confundiu-se com toda a mistura
Do meu corpo, meus desejos e medos
Parecia companhia, mas era só aparência
De qualquer forma
Criou carinho e meu coração por um instante
Rio atoa, apostando num momento
Passou...
Mesmo sem rimar, sou sincera
Dos beijos, poucos abraços e os olhos
Me permiti ser o quanto intenso pude
E mesmo que o resultado sempre fosse o mesmo
Mesmo que o toque não durasse mais
E suas palavras frias, beijo enojado e desprezo
Aprendi a me despedir
Sem guardar rancor
A vontade de te ver já não corresponde
Acho triste, mas a vida nunca foi justa
Se viver foi sempre resistir e sobreviver
Não fecharei os olhos, nem por um segundo
Mais...