terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Feliz despedida

São poucas vezes...
Horas, minutos, questão de segundos
São raros momentos...
São dias e noites turbulentos
Que desafiam uma sólida mentira
Desmancha a fantasia,
mas a mancha fica
Das idas e vindas
Dessa ensaiada rima

São poucas as vezes
Que se pode reescrever a prosa
Dizer umas palavras amais depois de digeri-las
Que há tempo, lugar, sentido
Que retome a voz ao trilho
Desafiando o ultimato
Que sem se cumprir
Não matou tampouco

É pouca a vida
Que apesar de bela, é sofrida
Por ser tão pouca
Insípida

Mas há felicidade que preencha
Aponta a flecha no sentido do futuro
Porque o passado ainda domina
E o presente é pouco seguro
Pra andar nu mesmo no escuro

Se há finais felizes
Talvez a felicidade seja
Que terminam
Alívio ou encontra de sentido?
Tanto faz
Pois o rio não é o mesmo rio
Nem nós
Mas há quem se alegre com os pontos finais
Que faça piada de memórias casuais
Que veja no silêncio uma morada
O beijo no rosto de agradecimento
Com o sorriso do efeito da trajetória
Se há alegria em se terminar
Uma história
Se há segurança que dispense
A escolta
Se há poesia em não se pensar
Na volta
Fico também feliz
Pela raridade que se tornou
Te reescrever
Agora

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