domingo, 21 de maio de 2017

seila

Sabe-se
Que a chance passou
Passarinho voou
Sem cantar um ultimo som
Sequer
Sabe-se
Primavera se foi
A esperança revelou
O desejo de insistir no passado
Novamente
Sabe-se
Que não sabemos mais onde estamos
Que dói questionar,
Dói ter de esperar,
Frustra não poder viver
Agora

Carta ao meu amigo

Como quem assisti a si mesma de fora, nos via ali sentados, no quarto onde nunca tivemos mais que dormido juntos, com o amor que nos é reciproco. Você já não tem palavras novas há um bom tempo, as minhas se repetem, sempre com um grau maior de contradição. Que triste não poder voltar em nosso Outubro, ainda mais que agora se aproxima o primeiro Outubro sem beijos. Nos distanciamos cada vez mais do que já fomos e a reacionária utopia de preservar este momento no tempo, relembrar o abraço, confiar no beijo a noite...so me leva a uma insatisfação. Nada disso, nada hoje tem isso mais. Nem escrever...deveria mais

sexta-feira, 5 de maio de 2017

ai de mim


Arde o peito
O único que tenho
Por vezes o rejeito
Outras o aceito
Mais como miséria
Do que auto afirmação
Encobre o peso
De carregar no rosto
Os olhos trazem o peso
De quem viu um mundo
Que nao gostou
- nao a gostaram primeiro
Chora em silêncio
Palavras trazem risco
A vida tão bonita e curta
Nao teve tempo de deixar
Nem que fosse
Um amor as putas
a

segunda-feira, 1 de maio de 2017

contradição

teu sorriso
ainda provoca
o beijo cheio de contradição
senão pensamos em nada
quando estamos sem roupa
so preenche o vazio
a noite no teu peito
desejo cheio de arrependimento
você nao diz nada
so olha
desvia o olho
e a contradição não é dita
dessa vez, eu nao a digo
incorporo em mim
o vazio
de uma poesia
sem destinatário