segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Faltas de Polisipo I

Repito que estou louca
Tentando me convencer
Histeria feminina
Ideologia pra nos submeter

"Choro sem sentido"
Reproduz o discurso do inimigo
Ignorar o cotidiano de oprimido
Esquecer-se de si, é o maior perigo

Pilulas de "transformação"
Não transformam o mundo
Apenas minha percepção
Cada dia mais miséria atinge meu coração

A batalha no meu corpo cotidiana
Se venço o capitalismo ou se sou vencida
A vida e a morte: tão parecidas
Ambas não apontam perspectivas

Se me rendo, os fortaleço
Ainda me resta ódio
Não me esqueço
Mais incomodo quando me enfrento

A vida roubada
O luto negado
Todo o dia o prazo aperta
35 anos à minha espera
Aceito, a morte é certa
Mas então o que me resta?
Me ergo
Me levanto
Sou primavera

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