sábado, 15 de abril de 2017

Corpo inabitável

Alguns dias, há somente alguns palmos da minha mão, a força desprendida já encontrou seu fim. Não há esconderijos de amor ou de amantes, já não ha novos cortes ou novo sexo cheio de auto-destruição que alivie mais uma noite. O coração acelera e breca. O pensamento de não saber se vale mais um dia e a agonia de mais uma vida inteira a ser vivida sem gosto. É meu corpo falando, gritando, sucumbindo. Minha mente inseparável já implora por descanso. Me forço ao sono, que traga um sonho já que a vida quebrou todos os que eu fiz em poesia. Não busco ouvidos novos que me peçam calma, não procuro homens novos que me fodam. Não busco mais levantar da cama e seguir com sorriso torto. O que espero, é que meu corpo, assim como este esgoto de pensamento, encontre o precipício e assim possa voltar ao início, ignorando as promessas de uma nova empreitada. Terça esta chegando e só promete mais lagrimas. O óculos embassa. A vida, desgraça. O tempo, arregaça. Pobre de mim, filha ingrata, que busca descanso na hora exata que decidiu ser e também deixar-se.


não
aguento
mais
um dia que for.

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